quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Oito dicas para ensinar seu filho a administrar o dinheiro desde pequeno...

Não é fácil controlar o dinheiro.
Ao assistir televisão, no cinema, no restaurante ou caminhando pela calçada, sempre há uma propaganda chamando a nossa atenção, nos dizendo que aquele produto é garantia de prazer, felicidade e de uma vida melhor.
Isso funciona com os adultos, e com as crianças não é diferente.
Só que os pequenos dependem dos pais para comprar o que desejam.
E aí é que vem a pergunta: como você lida com dinheiro?
Se você considera esta tarefa complicada, provavelmente não a aprendeu durante a infância.
Via de regra, quanto mais cedo a criança aprende, melhor será sua educação financeira quando virar adulta.
E o inverso também vale: se a família for descuidada com grana, a tendência é a criança relaxar. “Um dos hobbies do filho é observar os pais. Se percebe que não há planejamento de gastos na família, ele absorve este comportamento”, diz a especialista em educação financeira Cássia D’Aquino, de São Paulo.
E não adianta querer “enganar” os pequenos e exigir deles uma disciplina que os pais não têm, como explica o especialista em educação financeira infantil Álvaro Modernell, de Brasília. “Muitas vezes, a família é totalmente descontrolada, mas quer que o filho tenha consciência. Todo mundo em casa compra o que quer menos ele, que tem de se privar para aprender o valor do dinheiro.
A intenção pode ser boa, mas a criança acaba se sentindo rejeitada.”
Confira dicas para evitar este e outros erros da educação financeira hoje e prepare seu pequeno para as responsabilidades do futuro.

Tenha firmeza

Educar financeiramente dá trabalho? Sim, assim como em qualquer outra área. Às vezes, os pais cedem aos desejos do filho – querem que ele tenha o que não tiveram, que não fique triste, pensam que vão traumatizá-lo... Mas não tem jeito. “Se a criança tem tudo o que quer na hora que quer, provavelmente se tornará um adulto com baixa tolerância à frustração, não saberá ouvir ‘não’. Se tornará irresponsável com seus gastos e compromissos e terá muitas dificuldades na vida profissional e nos relacionamentos. Lidar com dinheiro vai além da questão financeira. Engloba os valores da família, os limites e a tolerância”, afirma a psicóloga Adriana Takahashi, de São Paulo.

Fale de notas e moedas

Em compras pequenas, como na padaria ou no jornaleiro, deixe que a criança pague e ensine-a a conferir o troco (mas, primeiro, acostume-se a fazer isso também!). Presenteie seu filho com um cofrinho – o modelo deve ter abertura, para tirar o dinheiro e contá-lo de tempos em tempos. Para a educação financeira ser bem sucedida, é preciso ensinar a cuidar das notas e das moedas. Geralmente, quando você troca as redondinhas por nota de papel, a criança não fica muito satisfeita, pois pensa que ficou com menos dinheiro. “Além de explicar que o valor é o mesmo, é legal dar uma carteira para ela guardar as notas e ensinar que dinheiro não se pode amassar, molhar ou rabiscar”, diz Cássia.

Dê o exemplo

Os filhos se espelham nos pais. “Se eles gastam tudo o que ganham e ficam em dívida, a criança entende que isso é o normal. Provavelmente, também gastará toda a mesada antes do final do mês”, explica Adriana. Gastar tudo sem pensar no futuro pode até acontecer quando os pais começam a dar a mesada. Mas nada de ficar com pena e dar dinheiro extra, para complementar o mês. O certo é ensiná-lo a esperar, administrar e poupar. “Este exercício de escolha e limite é fundamental na vida adulta. A criança começa a perceber que, se gastar tudo num dia, não vai sobrar nada para depois”, fala Álvaro.

Estipule a mesada ou semanada

Dar mesada ou semanada é fundamental: é uma oportunidade para o pequeno administrar o próprio dinheiro e se desenvolver financeiramente. “A partir dos seis ou sete anos, a criança começa a ter ideia do valor do dinheiro e a fazer pequenos cálculos”, diz Adriana. Por isso, o ideal é começar com a semanada, para ela gastar com sorvete, figurinhas ou outros mimos. A mesada é uma boa opção a partir dos dez anos, idade em que os pequenos começam a ter noção do que é um mês.

Pense na quantidade ideal

O valor ideal da mesada depende do orçamento familiar, do padrão de vida, do número de irmãos e do bom senso. Liste o quanto a criança pode consumir em idas ao cinema ou compras em passeios. Gastos como o lanche da escola não entram na conta: isto é obrigação dos pais. “Além disso, ela pode deixar de comer para comprar outra coisa. Dê o dinheiro do lanche à parte e peça o troco”, ensina Álvaro.
Para auxiliar os pais na quantidade, Cássia recomenda o seguinte cálculo: por semana, dê um real por cada ano de vida de seu filho. Assim, uma criança de oito anos receberia R$ 32 mensais, divididos em quatro parcelas. Avalie por um período se a conta está de acordo. “Se for muito pouco, os pais podem aumentar; se for muito alto, diminuir. Mas, se estiver em dúvida se dá R$ 10 ou R$ 20, opte pelo menor valor a princípio: a escassez funciona mais que a abundância”, acredita o educador.

Respeite a regularidade

Muito além dos números, o que mais importa na hora da mesada ou semanada é a regularidade. “Escolha um dia da semana, troque o dinheiro e entregue à criança sempre na data combinada. A disciplina é fundamental para a educação financeira”, explica Cássia. E isso vale mesmo com pais separados – neste caso, a palavra mágica é: acordo. Os dois devem acertar quanto e quando vão dar o dinheiro. “O ideal é que não passem da quantia combinada. Eles podem dividir o valor e cada um entregar uma parte ao filho, alternar as semanas ou os meses ou mesmo incluir o valor na pensão”, diz Álvaro.

Aproveite viagens e passeios

Está pensando em levar seu filho para a Disney? Mesmo que tenha o dinheiro para a viagem, é bacana que ele participe e ajude a economizar – seja com um mês ou um ano de antecedência. Já na terra do Mickey, a dica é estipular um valor que a criança pode gastar com todas as suas compras. “Ingressos, passeios e alimentação são por conta dos pais. Mas o ideal é colocar um limite para a compra de jogos, brinquedos, bichos de pelúcia e outros itens”, comenta Álvaro.

Recompense as tarefas extras

Muitos pais pagam ao filho para fazer tarefas em casa. A prática está liberada, desde que a grana não seja recompensa de suas obrigações, como arrumar a cama ou organizar o armário. “A criança pode receber um trocado para guardar os brinquedos do irmão que ainda é um bebê ou andar com o cachorro da família (mas só se o pet não for dela). Isso, porém, não é educar financeiramente, e sim empreendedorismo infantil”, explica o educador.

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