quarta-feira, 7 de abril de 2010

Livro da semana - O negócio dos livros - André Schiffrin...

O negócio dos livros 


Como as grandes corporações decidem o que você lê.

André Schiffrin

O livro

Se pensarmos na importância dos livros, ainda hoje, como o principal meio de preservação e transmissão do conhecimento, é fácil entender que seu tratamento não pode ser o mesmo dos demais produtos da cultura de massa.
Mas é exatamente isso que já está ocorrendo, principalmente nos chamados países desenvolvidos.
Os livros são, cada vez mais, avaliados por seu peso comercial, em detrimento do valor intelectual.
Um pouco dessa história é contada pelo editor nova-iorquino André Schiffrin.
O Negócio dos livros discute os bastidores da biblioindústria. 


Publicado em 21 países e agora no Brasil, O negócio dos livros analisa o mercado da produção editorial no mundo e trata de questões como: quem decide o que está nas prateleiras das livrarias?
Como são negociados grandes acordos internacionais de compra e venda de livros e editoras? 


Há quase 50 anos no mercado, André Schiffrin esclarece com análises polêmicas essas e outras questões sobre os bastidores do universo editorial.


O autor chama atenção para o papel que deve desempenhar o editor e alerta como é perigoso viver em uma cultura limitada de idéias e alternativas e como é fundamental manter um amplo debate em torno do que é publicado. 


















Autor: Andre Schiffrin
Editora: Casa Da Palavra
Formato: Brochado 178 páginas
Data de publicação: 03-12-2008

TRECHO • O negócio dos livros

É seguro dizer que o mercado editorial mudou mais nos últimos dez anos do que em todo o século anterior.
Essas mudanças são mais óbvias nos países de língua inglesa, que, sob muitos aspectos, são modelos indicadores do que provavelmente irá acontecer no resto do mundo nos anos seguintes.
Até pouco tempo atrás, as editoras eram em sua maioria pequenas e familiares, satisfeitas com os lucros modestos de um negócio que ainda se considerava ligado à vida intelectual e cultural.
Recentemente, os editores foram colocados em um "leito de Procusto" e obrigados a se ajustar a um desses dois padrões: ou fornecedores de entretenimento ou produtores de informação.
Isso deixou pouco espaço parra livros com idéias novas e controvertidas ou com estilos literários questionadores.



















O AUTOR

André Schiffrin nasceu na França, em 1935, e vive nos Estados Unidos desde 1941.
Desde 1990, dirige a editora independente sem fins lucrativos The New Press, localizada em Nova York e subsidiada por
diversas fundações.
A história de Schiffrin começa em 1940, quando seu pai, o editor Jacques Schiffrin, exilado em Nova York, ajuda a fundar uma pequena editora, a Pantheon Books, a qual, nos vinte anos de sua vida independente publicou diversos autores europeus nos Estados Unidos.
Mais tarde, André Schiffrin seguiria os passos do pai, indo trabalhar na mesma editora, onde ficou por trinta anos.
Ele percebe, claramente, que a tendência autofágica não é exclusiva do mercado editorial.
Cita por exemplo, as padarias de bairro, que nos EUA foram substituídas por grandes redes, com a inevitável perda de qualidade do pão.
Os exemplos são inúmeros, em todas as áreas.
No entanto, vale lembrar que a troca do pão fresco pelo pão industrializado não acarretará fome no mundo, enquanto que a exclusão paulatina de livros inovadores, questionadores, clássicos, pode agravar a alienação crescente de uma humanidade dominada pela mídia de massa de magos e maguinhos.
Os que têm fome da verdadeira feitiçaria, o conhecimento libertador e transformador, podem vir a passar fome, se é que já não estão passando.

Fonte: Internet.

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