segunda-feira, 27 de julho de 2009

um novo começo, com um imenso horizonte de oportunidades...

VI Congresso Brasileiro de Climatério e Menopausa

O climatério é o período de transição entre as fases reprodutiva e não-reprodutiva da vida da mulher. A menopausa é um evento que acontece durante o climatério. Considera-se como menopausa o último ciclo menstrual. Seu diagnóstico, eminentemente clínico, é feito retrospectivamente, quando o último ciclo ocorreu há mais de 12 meses. Geralmente não são necessários exames laboratoriais para o diagnóstico desta fase.















Ana Lúcia Valadares, doutoranda em ginecologia na Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista, foi a segunda colocada com o trabalho "Sexualidade em Mulheres Climatéricas em Belo Horizonte"

A sexualidade é um termômetro que faz parte da qualidade de vida das pessoas. Pensando nisso, a ginecologista mineira Ana Lúcia Ribeiro Valadares resolveu mensurar essa satisfação nas mineiras de meia idade e conquistou o prêmio Capes 2008 com sua tese de doutorado, considerada a melhor na área de medicina III (engloba todas as áreas que sejam cirúrgicas, como a ginecologia). O estudo sobre sexualidade foi realizado com 378 belo-horizontinas entre 40 e 64 anos e com mais de 11 anos de escolaridade e concorreu com outras 480 teses inscritas em 44 áreas do conhecimento. A premiação deve ser entregue pelo ministro da educação, Fernando Haddad, no dia 22 de julho, em Brasília. A médica ganhou uma bolsa de pós-doutorado e diz que continuará estudando o tema.

Questionário
De acordo com Ana Lúcia Ribeiro, a faixa etária pesquisada é marcada pelo climatério, fenômeno que causa problemas para pelo menos 75% das mulheres brasileiras. Para entender esta fase, que começa na menopausa, os questionários aplicados perguntavam sobre a frequência das relações sexuais, a intensidade do prazer alcançado com o sexo, a intensidade de pensamentos sobre sexo e desejo sexual, além de abordar o problema da dor nas relações sexuais.

A pesquisa incluiu também perguntas sobre o grau de satisfação na convivência com o parceiro como amante (homem ou mulher), levanta os fatores emocionais, físicos e comportamentais que interferem na sexualidade, entre eles obesidade, pressão alta, diabetes, depressão, vida sedentária, morar junto, parceiros mais velhos ou com problemas sexuais e relacionamentos longos.

Insatisfeitas
A maior parte das mulheres está satisfeita com sua vida sexual, mas entre as insatisfeitas, mais da metade (até 56%) diz ter problemas relacionados ao parceiro, fator que se agrava quando o casal mora junto. Segundo ela, os fatores que mais contribuem para a insatisfação na vida sexual são o relacionamento com mais de 20 anos, parceiros com mais de 50 anos e/ou com problemas sexuais e desatenciosos.

“Uma mulher com sintoma de climatério não dorme à noite, fica nervosa durante o dia seguinte e tem uma piora na relação com o parceiro. E os relacionamentos de muito tempo estão fadados a ter mais problemas. Há um problema de habituação, de interesse que diminui com o tempo. Você olha o parceiro, mas não o vê”, diz a médica.

Satisfeitas
Segundo a pesquisadora, é bem claro o perfil das mulheres que afirmou ter uma boa vida sexual. De 71% a 86% deu notas altas – numa escala de 0 a 6 – para itens relacionados ao parceiro ou a fatores físicos, entre outros. “São pessoas de boa saúde, com hábitos de vida saudáveis, que podem tratar suas doenças e têm parceiros mais atenciosos”.

Ana Lúcia Ribeiro constatou ainda que existe muita desinformação e pouco espaço para falar sobre os problemas femininos, inclusive no consultório médico. “Dessas mulheres, 30% das 378, escreveu no final do questionário relatos espontâneos e muitas delas falaram que gostaram de responder a pesquisa porque estavam vendo que os problemas que elas tinham deviam ser mais comuns do que pensavam, já que estavam sendo perguntadas. No final, teve efeito terapêutico responder a pesquisa. Elas diziam inclusive que sentiam falta de mais tempo do médico, queriam mais atenção para atender no climátério”, ressalta.

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